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Micro e pequenas empresas amargam mais um ano difícil

05/01/2016

As alternativas para micro e pequenas indústrias driblarem a retração na demanda interna se esgotaram, avaliam executivos. Medidas adotadas para reduzir custos e ampliar fontes de receita não devem ser suficientes para compensar a queda prevista para 2016.

"Olhando o quadro atual da economia, tudo indica que 2016 será pior do que o último ano. O Produto Interno Bruto deve cair novamente e o consumo também segue em trajetória de queda", avalia o presidente do Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo (Simpi), Joseph Couri.

De acordo com levantamento feito pelo Datafolha a pedido do Simpi, a expectativa dos empresários paulistas para a situação econômica do setor reforça a perspectiva negativa para o próximo ano. Em novembro, quando a última pesquisa foi divulgada, 38% dos industriais acreditavam na piora do cenário, avanço de 10 pontos percentuais na comparação com o mesmo mês de 2014.

Para Couri, as empresas já adotaram todas as alternativas possíveis para driblar a desaceleração das vendas em 2015 e, neste ano, devem enfrentar mais dificuldades para tentar manter as contas no azul.

"Quando analisamos a conjuntura econômica na qual as empresas estão inseridas e as perspectivas para os negócios, está tudo muito negativo. O ano de 2015 foi ruim, o pior da série histórica no levantamento do Simpi e, infelizmente, tudo sinaliza para uma deteriorização dessa situação", afirma o dirigente da entidade.

A Forcefield, fabricante de protetores bucais para atletas, conseguiu encerrar o ano sem dívidas e com faturamento em linha com 2014, mas vê dificuldades em 2016.

"Estamos bem pessimistas em relação ao cenário político e econômico para este ano. A impressão é de que não chegamos ao fundo do poço e ainda podemos ver uma retração do mercado como um todo", comenta a proprietária da Forcefield, Nathalie Mikellides.

Segundo ela, todas as medidas de corte de custos que poderiam ser adotadas pela fabricante foram colocadas em prática ao longo de 2015.

"Como empresa, chegamos ao limite do que poderíamos cortar. No último ano, tivemos queda das vendas, mas mantivemos o faturamento com a redução de despesas e a ampliação do portfólio", diz a executiva.

A contabilidade da Forcefield foi terceirizada em 2015, como parte das estratégias para reduzir custos. Nathalie observa que, com a diminuição da renda dos brasileiros, alguns consumidores da marca começaram a migrar para concorrentes que praticam preços menores.

"Como nós vendemos o nosso produto feito sob medida, diretamente ao consumidor final, fica mais fácil identificar esses movimentos de mercado", revela.

Ela explica ainda que, embora a demanda dos atletas profissionais se mantenha estável, já que o produto da Forcefield faz parte do material de trabalho desses consumidores, a procura de protetores por não-profissionais apresentou queda.

"O consumidor que frequenta academia e treina, mas não é profissional, começou a procurar protetores de outras marcas. Para não perder esse público, nossa solução foi incluir no portfólio uma opção mais barata. Então a demanda continua migrando, mas permanece na marca", destaca a empresária.

Para 2016, Nathalie afirma que um crescimento de 5% a 10% no faturamento já seria um desempenho positivo, considerando a conjuntura econômica do País. Ela reconhece, entretanto, que a projeção da empresa é de queda das vendas e do faturamento.

A Dinâmica Química também esgotou as alternativas para cortar custos em 2015. "Tudo o que tinha para reduzir de despesa nós cortamos. Mas como a nossa estrutura é muito enxuta, não temos muito espaço para cortes", conta o fundador da empresa, Rubens Almeida.

No último ano, a Dinâmica fechou acordos com clientes inadimplentes para prolongar prazos e renegociou o pagamento de fornecedores, para adequar o fluxo de caixa. "Os prazos para entrada e saída de recursos da empresa estão maiores, mas isso nos ajudou a manter as contas em dia", diz Almeida.

A empresa também investiu na captação de água da chuva - em função da crise hídrica que tem atingido o Estado de São Paulo desde 2014 -, o que contribuiu para a redução de gastos com água, principal matéria-prima da fabricante paulista.

"O excedente de água que captamos é tratado e comercializado. Não é um valor representativo para o nosso faturamento total, mas não deixa de contribuir", explica o empresário.

Ele acredita que, diferentemente de 2015, neste ano as empresas estarão mais preparadas para lidar com os problemas derivados da crise econômica no País.

"Espero que 2016 seja melhor, na medida em que empresas como a Dinâmica se adequaram a problemas como alta dos custos e vendas mais difíceis", observa.

Na avaliação de Joseph Couri, do Simpi, embora as perspectivas para as micro e pequenas indústrias em 2016 não sejam positivas, as empresas desse porte devem ser as primeiras a apresentar sinais de retomada.

"O micro e pequeno empresário é sempre o primeiro a sofrer, mas também o primeiro a sentir a retomada da economia. Como eles fornecem, muitas vezes, para grandes indústrias, estão na ponta inicial da cadeia produtiva", avalia o dirigente.

Apostas

O dirigente cita a exportação como uma possível alternativa para este ano. "Sem dúvida, se o câmbio continuar no patamar visto nos últimos meses, isso ajuda na exportação, mas esse movimento não acontece de uma hora para outra", comenta.

Para ele, as micro e pequenas indústrias têm mais chance de vender para países vizinhos, para os quais o custo de montar uma operação internacional devem ser menores, assim como os custos com logística.

No entanto, os empresários ouvidos pelo DCI ainda citam a abertura de operações em outros países e não os embarques como a principal estratégia para expansão internacional.

"Como produzimos protetores bucais sob medida, ter produção local é fundamental. No caso dos Estados Unidos, ainda temos como vantagem a maior produtividade do trabalhador local, custos menores com tributação e menos burocracia", explica Nathalie, da Forcefield. A empresa possui uma filial nos Estados Unidos desde 2008.

A Mr. Cheney, fabricante paulista de biscoitos conhecidos como cookies, também mira a expansão com produção em outros países. "Queremos iniciar um projeto piloto no mercado internacional ainda em 2016, em algum país da América Latina", citou o dono da Mr. Cheney, Lindolfo Paiva.

Ele revela que o Chile e o Peru são os países mais cotados para receber o projeto piloto, por serem mercados que apresentam maior nível de maturidade para receber a empresa, cuja proposta é vender cookies de maior valor agregado.

"Apostamos muito na oferta de um produto premium, diferente do que se encontra nos supermercados. Por isso, queremos ingressar no mercado norte-americano, a terra do cookie, em 2017", conta Paiva.

O empresário revela que, nos Estados Unidos, as cidades de Orlando e Miami são citadas como os destinos mais prováveis para o início da operação.

"Enxergamos boas oportunidades fora do Brasil nos próximos anos, mas não deixamos de apostar no mercado interno", salienta. Ele acrescenta que, apesar das dificuldades, a empresa continua investindo em novos produtos e ações promocionais para manter a expansão. "Sabemos que o mercado continuará desafiador", observa.

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