imprimir

Notícias

Instabilidade econômica eleva a demanda por consultoria

26/01/2016

São Paulo - Diante de um cenário econômico instável, a demanda por serviços de consultoria ganha novo perfil e exige mais flexibilidade e customização para garantir clientes. Para 2016, as quatro maiores empresas desse ramo disseram ao DCI estarem preparadas para a mudança, e esperam ganhos até 15% maiores.

"As soluções que respondem mais diretamente aos movimentos anticíclicos da economia têm sido as mais demandadas", afirmou o presidente da Deloitte no Brasil, Juarez Lopes de Araújo. A consultoria, em 2015, teve alta de 11% de seu faturamento (no ano fiscal terminado em maio de 2015) e a estratégia para atingir o crescimento foi a diversificação do portfólio e a capacidade de modificar o serviço de acordo com a necessidade de cada empresa. Em um cenário em que os pedidos de recuperação judicial aumentaram, junto com a pressão macroeconômica, segundo ele, a consultoria deve estar capacitada para ofertar serviços customizados que façam frente às novas dinâmicas do ambiente de negócios.

Para este ano, a meta é crescer 12% do faturamento no período de junho de 2015 a maio de 2016. Um dos focos da empresa para atingir este resultado será focar no middle market, que após um acelerado crescimento junto à economia local, procura profissionalização da gestão e governança para consolidar.

De acordo com a PricewaterhouseCoopers (PwC), as soluções orientadas à diferenciação, eficiência operacional, competitividade e gestão de crise e riscos foram as mais procuradas em 2015. Entre elas, os serviços ligados a implementação de tecnologia, segurança da informação, soluções digitais, consultoria regulatória e de compliance, além de serviços forenses e investigações.

Segundo o sócio de consultoria de negócio da PwC, Federico Servideo, a tendência para este ano é o aumento da busca por serviços relacionados a aspectos regulatórios, de gestão de crise, fusões e aquisições e eficiência operacional e otimização. A PwC cresceu 35% em seu último exercício fiscal e a expectativa para este ano fiscal (que termina em junho) é de 15%.

Inversão

Para o sócio-líder de consultoria da EY (antiga Ernst & Young), Antônio Vita, a procura por serviços relacionados a governança e gestão de risco se deu a partir de 2015 em função dos escândalos de corrupção e o aumento da preocupação das multinacionais reguladas por órgãos fora do Brasil. Sem mudança no cenário político e econômico do País, a procura continuará nessas áreas.

A EY que espera crescimento entre 14% e 15% do faturamento na área de consultoria, tem como foco ampliar as carteiras de empresas familiares e do setor de agronegócio. Segundo ele, um dos benefícios de trabalhar com a empresa familiar, independente do porte, é a flexibilidade. "Esse modelo tem maior agilidade [que uma multinacional] na tomada de decisão e até na hora de mudar o plano de negócio", aponta o executivo.

Um dos diferenciais que tem beneficiado as chamadas 'Big 4', nome dado às quatro maiores empresas de consultoria e auditoria, é o investimento em diversas áreas de negócio. Vita acredita que trabalhar em um único segmento da economia restringe o mercado e aumenta o risco de queda da demanda. Ainda para ele, a procura dos serviços varia de acordo com o cenário macroeconômico, e não possuir as áreas mais demandadas no momento impede o crescimento da consultoria. "Hoje, a área tributária é muito procurada, e consultorias de nicho, às vezes, não atuam com isso", exemplifica.

Para a sócia-líder de melhoria de performance da EY para a América do Sul, Cristiane Amaral, outros segmentos que têm impulsionado a demanda são telefonia, automotivo e varejo. Sobre este último, a executiva aponta que ainda é muito ligado a lojas físicas e, atualmente, um dos desafios é a entrada no e-commerce. Outra mudança trazida pela mudança econômica, diz ela, foi a queda de rotatividade dos profissionais.

Fusão e aquisição

Apesar do aumento da atratibilidade do País, devido à desvalorização econômica, o movimento de fusões e aquisições parece não ter reagido como se esperava. "O investidor internacional olha com interesse o Brasil pelo preço, mas a relação risco e retorno faz com que as transações não ocorram imediatamente", diz o sócio da KPMG no Brasil e líder para o setor de consultoria, Carlos Gatti.

De acordo com ele, dependendo do que acontecer no cenário político e econômico do País no primeiro trimestre, é possível que a relação com investidores internacionais se restabeleça e ocorram novas fusões e aquisições até o final do ano. "O importante é que o investidor não deixou de prestar atenção no Brasil. Temos gente olhando para o varejo, o mercado de produção e outros segmentos diversificados", afirmou o executivo.

Apesar de não mencionar o crescimento esperado para 2016, ele aponta que deve atingir dois dígitos, sobretudo em áreas de compliance e avaliação de risco e potencial, que cresceram 20% em 2015. Além de serviços relacionados a tecnologia da informação e 'digital'.

Concorrência

Já a BDO, uma das empresas consideradas dentro das Big 5 do mercado de consultoria e auditoria, identificou no último trimestre de 2015 um aumento de 40% nas demandas relacionadas a programas de reestruturação financeira entre empresas brasileiras diante da instabilidade econômica.

As demandas partiram especialmente de companhias ligadas aos setores de telecomunicações, agricultura e ao mercado de consumo, como distribuidoras e varejo.

Os desafios e os potenciais das auditorias

Com menos entrantes no mercado, devido à retração econômica, o segmento de auditoria desacelera. "O mercado aumenta ou diminui na proporção que novas empresas vêm ou se formam no Brasil", afirma o sócio da KPMG líder para o setor de auditoria, Charles Krieck.

Segundo ele, a instabilidade não diminui o mercado, mas faz com que muitas empresas adiem a busca por auditoria. Mesmo assim, ampliar a base de clientes é um dos objetivos da KPMG, que pretende atingir entre 10% e 12% de alta no faturamento.

Já o sócio líder de auditoria da EY, Sérgio Romani, aponta que a demanda de empresas que querem abrir IPO e procuram novas fontes de financiamento que precise de auditoria caiu na instabilidade. No entanto, uma nova demanda surgiu a procura de consultoria contábil. "Tivemos um aumento enorme de procura devido à camada lei anticorrupção".

De acordo com pesquisa divulgada pelo Instituto dos Auditores Internos do Brasil, um dos desafios deste mercado é a pressão por alteração de resultado. Segundo o estudo, 44% dos profissionais já sofreram, em algum momento, pressão de seus superiores para alterar resultados de relatórios. A média global é de 29%, de quase 15 mil entrevistados.

 

Notícias

Receita Federal cria a DME
23/11/17
PRORROGAÇÃO DO REFIS É PUBLICADA EM EDIÇÃO EXTRA DO DIÁRIO OFICIAL
03/11/17
COMO PREVER A INADIMPLÊNCIA? SAIBA TUDO SOBRE PROVISÃO E PERDAS DE INADIMPLENTES
03/11/17
Governo divulga CNPJ suspensos e orienta regularização de MEI
27/10/17
QUAL A DIFERENÇA ENTRE INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE?
20/10/17
SUA EMPRESA NÃO LUCRA? SAIBA OS MOTIVOS
17/10/17
RECEITA FEDERAL PRORROGA PRAZO PARA ADESÃO AO PROGRAMA ESPECIAL DE REGULARIZAÇÃO TRIBUTÁRIA – PERT
09/10/17
ATÉ ONDE VAI A RESPONSABILIDADE DE UM CONTADOR EM UMA EMPRESA?
05/10/17
RECEITA PRETENDE DOBRAR AUTUAÇÕES DE PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS EM 2017
28/09/17
DESCUBRA COMO FAZER O CÁLCULO DAS FÉRIAS PROPORCIONAIS CORRETAMENTE
26/09/17
CONTAGEM DOS PRAZOS DO AVISO PRÉVIO
26/09/17
INCENTIVOS FISCAIS: SAIBA COMO USÁ-LOS E FAÇA SEU NEGÓCIO CRESCER
25/09/17
QUAIS OS OBJETIVOS DO eSocial?
20/09/17
HOMOLOGAÇÃO DAS RESCISÕES
19/09/17
7 DICAS INFALÍVEIS PARA REDUZIR DESPESAS NA SUA EMPRESA
06/09/17
Novo título imobiliário tem isenção no Imposto de Renda e prazo de 2 anos
04/09/17Uma nova alternativa de aplicação financeira atrelada ao mercado imobiliário estará disponível ao investidor em breve.
Brasil se candidata para sediar o Congresso Mundial de Contadores em 2022
04/09/17
Focus eleva expectativa para crescimento do PIB em 2017
04/09/17Economistas consultados pelo Banco Central passaram a ver crescimento do Produto Interno Bruto este ano de 0,50 por cento, ante 0,39 por cento anteriormente
Receita Federal regulamenta tributação de remessas ao exterior
30/08/17Instrução Normativa (IN) RFB nº 1732/2017 trata do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF)
Prazo para adesão ao Refis será estendido
30/08/17Acerto entre deputados e governo prevê condições mais benéficas para devedores
Vantagens de terceirizar seu departamento contábil
28/08/17
Você sabe quais são as faltas justificadas que são permitidas por lei?
17/08/17
O prazo para declaração do ITR 2017 já começou, confira as mudanças !
16/08/17
Simples Nacional: novo limite não contempla o ICMS e o ISS
07/08/17Optantes terão de recolher o ICMS e o ISS em guia separada quando a receita superar o valor de R$ 3,6 milhões.
Governo deve enviar novo projeto sobre reoneração da folha de pagamentos
07/08/17Presidente Michel Temer se reuniu neste domingo com ministros e presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Eunício Oliveira.
Ministra do STF dá 5 dias para Temer enviar explicações sobre aumento do combustível
04/08/17Rosa Weber é relatora, no Supremo Tribunal Federal, de ação movida pelo PT contra o reajuste.
Balança comercial brasileira tem melhor julho da história
02/08/17O saldo positivo do mês superou o recorde de julho de 2006
Decreto do governo reduz alíquota do PIS/Cofins sobre o etanol
01/08/17Mudança na tributação gera uma redução de R$ 0,08 por litro do combustível. Regras para gasolina e diesel não foram alteradas
Empresas eram abertas para burlar Fisco, falir e lavar dinheiro, aponta PF
01/08/17Chamadas de operacionais, elas acumulam dívidas milionárias com a Receita Federal e irregularidades trabalhistas
Para ser anjo será preciso pagar imposto de renda
28/07/17Norma da Receita Federal determina que investidor não se enquadra como um sócio típico da empresa