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Empresários criticam mudanças nas regras para o auxílio-doença
30/01/2015
As mudanças nas regras de concessão de benefícios trabalhistas e previdenciários têm desagradado não apenas aos trabalhadores e sindicalistas. As empresas, principalmente as pequenas, pressionam o governo federal para não assumirem a conta da alteração das regras do auxílio-doença. As maiores críticas vêm agora da indústria, setor que passa por uma forte crise e que começou a demitir de forma mais preocupante.
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, elevou o tom da resistência às medidas anunciadas pelo governo na quarta-feira. Nesta quinta-feira, após reunião com o ministro Nelson Barbosa, o dirigente afirmou que Barbosa não dá aberturas para negociar o auxílio-doença.
“A posição da indústria é contrária a essa ampliação, porque a indústria já tem uma carga tributária muito elevada. Não estamos de acordo com isso e vamos discutir o assunto no Congresso Nacional”, reclamou.
Na avaliação da Fiesp, em vez de aliviar as empresas para ajudar na recuperação da competitividade em um momento de grande dificuldade econômica, o governo agravará ainda mais a situação. Skaf tem defendido, constantemente, a derrubada da medida no Congresso Nacional.
Além da mudança em relação ao que a empresa pagará, o auxílio-doença não poderá exceder a média das últimas 12 contribuições - atualmente, o valor é calculado com base na média dos maiores salários de contribuição. A perícia, que hoje é feita, exclusivamente, por médicos do INSS, poderá ser feita pelas empresas que possuem serviço médico, órgãos e entidades públicas, sob supervisão do INSS.
As resistências já identificadas podem desidratar o pacote de ajuste fiscal e exigir mais medidas do ministro da Fazenda, Joaquim Levy. A orientação da presidente Dilma Rousseff é reequilibrar as contas públicas e reconquistar a confiança nos investimentos.
