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Burocracia e juros diminuem demanda por crédito nas PMEs
19/06/2015
A demanda por crédito pelos próximos três meses dos micro e pequenos empresários registrou um baixo patamar de 16,36 pontos - quanto mais próximo de 100, maior é a probabilidade de os empresários procurarem crédito e, quanto mais próximo de zero, menos propensos eles estão para tomar recursos emprestados para seus negócios.
De acordo com o novo indicador lançado nesta quarta-feira (17) pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), a atividade econômica enfraquecida e o cenário de juros em alta e inflação persistente refletem na baixa disposição de tomar crédito. O desconhecimento da existência de linhas de financiamento e a mistura do caixa do empreendimento com as contas pessoais são outros fatores.
Segundo a pesquisa, um terço (32,9%) dos empresários consultados consideram que está "difícil" ou "muito difícil" conseguir crédito atualmente no Brasil. Entre o universo de empresários pessimistas, quase a metade (49%) aponta a burocracia como a razão principal do impedimento e outros 30,4% apontam as altas taxas de juros praticadas no mercado.
Levando em consideração os micro e pequenos empresários que demonstram a intenção de contrair crédito nos próximos 90 dias, obter recursos para formar capital giro aparece em primeiro lugar, com 36,7% de respostas. Outras finalidades também mencionadas são o pagamento de dívidas (26,7%), reforma da empresa (22,3%) e compra de máquinas e equipamentos (21,1%).
"A burocracia e a falta de conhecimento sobre o tipo de crédito mais adequado acabam forçando as empresas de menor porte a buscarem maneiras mais caras e menos convencionais para aportar recursos", explica a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
Investimento
A intenção dos micro e pequenos empresários de promover investimentos em seus empreendimentos também é baixa, se considerados os próximos 90 dias. Numa escala de zero a 100, o indicador do mês de maio atingiu apenas 32,06 pontos. Ainda que em patamar baixo, o resultado do indicador de investimento foi praticamente o dobro do indicador de procura por crédito. "Com a demanda do consumidor retraída e a atividade econômica estagnada como um todo, o empresariado brasileiro tem se mostrado reticente para aumentar investimentos", afirma Marcela.
Entre o universo de empresários que pretendem investir, os recursos financeiros pessoais aparecem com força. Seis em cada dez entrevistados (63,3%) citam os recursos poupados por eles mesmos como fonte de financiamento, ao passo que 24,9% mencionam empréstimos em bancos e financeiras como o recurso a ser utilizado para a ocasião.
De acordo com os empresários ouvidos, no que diz respeito aos investimentos a serem adotados, os mais mencionados são a reforma e aplicação da empresa (46,0%), compra de equipamentos, como maquinário e computadores (32,9%), ampliação do estoque dos produtos (12,2%) e investimento em propaganda e comunicação (9,7%).
